domingo, 10 de agosto de 2008

Notícias

As postagens retornarão na segunda quinzena de agosto.
Obrigado pelas visitas e emails.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ressecabilidade de Neoplasia Pulmonar

A ressecabilidade depende, obviamente, do estadiamento. O detalhe mais importante se refere ao estágio III, que se divide em A (doença avançada, contudo na qual a cirurgia pode ser recomendada) e B (irressecável).
T3 - Lesão que invade a parede torácica, diafragma, pleura mediastinal, pericárdio parietal, ou que está a menos de 2cm da carina.
T4 - Invasão de mediastino, coração, grandes vasos, carina/traquéia, esôfago, corpos vertebrais, derrame pleural/pericárdico.
N1 - Peribrônquicos/hilares ipsilaterais.
N2 - Mediastino ipsilateral ou subcarinal.
N3 - Mediastino/hilo contralateral, escaleno ou supraclavicular.
O estágio IIIA se refere a T3N1 ou T3N2, que representam doença avançada embora ainda com opção de tratamento cirúrgico.
Se T4, N3 ou M1, o tumor é irressecável.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Sialolitíase

Ultrasonografia de região cervical solicitado por massa e dor à direita. Durante o exame, o paciente referiu que a dor e o aumento de volume eram intermitentes ao longo do dia.
Observou-se glândula submandibular levemente hipoecogênica e aumentada de volume, com ducto proeminente em sua porção medial (seta inferior). Além disso, na extremidade do ducto, identificou-se pequena imagem ecogênica, aparentemente calcificada (seta superior).
A possibilidade de sialolitíase foi sugerida.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Massa Mediastinal Anterior


Coincidentemente, dois casos de massa mediastinal anterior em dois dias, ambos pacientes idosos com alterações à radiografia. O primeiro caso com grande componente de gordura associado, e o segundo com centro hipodenso e impregnação periférica.
Timoma é a lesão mediastinal anterior mais freqüentente em adultos, com 75% sendo benignas. Timolipoma é um tumor benigno, que pode atingir grandes dimensões, contudo é mais comum em jovens.
Entre os tumores de células germinativas, o teratoma é o mais freqüente (conteúdo tecidual bastante variável).
O linfoma também faz parte do diagnóstico diferencial.
O seguimento desses casos e o dignóstico histológico ainda não são disponíveis.

domingo, 20 de julho de 2008

Divisão do Mediastino

Surgiu uma discussão sobre os limites do mediastino anterior. Esse esquema retirado do Primer mostra que há duas classificações diferentes, uma incluindo o coração no mediastino anterior, e outra em que esse órgão pertence ao mediastino médio.
No mediastino anterior, encontramos o timo, linfonodos e tecido mesenquimal (e dependendo da classificação, é claro, o coração).

sábado, 19 de julho de 2008

Fratura Vertebral na Ecografia

Ecografia abdominal em uma paciente idosa, bastante emagrecida, sendo possível a avaliação da face anterior dos corpos vertebrais lombares. Observou-se redução da altura do corpo de L4, cuja avaliação radiológica posterior confirmou se tratar de fratura compressiva.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Cálculo Coraliforme

Exame ecográfico para avaliação de dor em cólica no flanco esquerdo. A ecografia mostra grande cálculo de 5cm, de contornos lobulados, moldando-se ao sistema coletor, compatível com cálculo coraliforme.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Fratura Mandibular

Anatomicamente, a mandíbula é dividida em côndilo, ramo (entre o côndilo e o ângulo mandibular) e corpo (anterior ao ângulo).
A incidência de fraturas na mandíbula pode ser resumidamente definida em 35% na porção anterior do corpo, 35% no ângulo, 20% entre o côndilo e o ramo e 10% outras localizações. A maioria das fraturas é bilateral.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Osteocondroma na Mão

Paciente jovem, com informação clínica de "dificuldade em fechar a mão". Observou-se lesão exofítica a partir da extremidade distal do 3º metacarpo, com características radiológicas compatíveis com osteocondroma.
De acordo com o livro do Resnick, apenas 10% dos osteocondromas se localizam em ossos longos das mãos e pés.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Hérnia de Morgagni


A paciente da postagem anterior realizou tomografia computadorizada, que demonstrou lesão de baixa densidade na localização descrita já à radiografia (porção anterior do pulmão direito), com UH compatível com gordura. Foram realizadas reconstruções no plano sagital, que demonstraram comunicação dessa gordura com o conteúdo intra-abdominal.
As hérnias diafragmáticas congênitas podem ser de 3 tipos: a de Bochdalek é a mais comum (90%), localizada em porções posteriores; a de Morgagni corresponde a 8-10%, em porções anteriores; a hiatal é muito rara.
A maioria dos casos de Bochdalek ocorre à esquerda, e os de Morgagni à direita.
O quadro clínico é extremamente variável, podendo ter manifestações graves no período neonatal, e até mesmo como um achado incidental em adultos.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Massa Torácica Anterior


Mulher de meia-idade assintomática, com radiografia torácica mostrando massa de baixa densidade e limites bem-definidos no pulmão direito, na localização do lobo médio.
A paciente referia já ter realizado radiografia e tomografia prévias, com achados semelhantes e laudo indicando provável lipoma mediastinal.
Foi sugerida nova tomografia, cujas imagens serão mostradas na próxima postagem.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Osgood-Schlatter à Ultrassonografia

Meses atrás, postei um caso de Osgood-Schlatter visto ao raio-x. Dessa vez, foi solicitado uma ultrassonografia em um menino de 11 anos por dor na região antero-inferior do joelho direito.
A imagem mostra um corte longitudinal anterior na inserção do tendão patelar na tíbia, que demonstra claramente um espessamento ligamentar e fragmentação da tuberosidade tibial à direita.

sábado, 5 de julho de 2008

Rins em Ferradura

Adulto jovem realizando tomografia abdominal por queixas não relacionadas ao sistema urinário. Ao exame, foi observada fusão dos pólos inferiores renais, compatível com rins em ferradura.
Os rins em ferradura são a anomalia de fusão mais freqüente do sistema urinário. Os cálices dos pólos inferiores ficam em posição mais medial que o usual, com as pelves anteriorizadas.
Nesses casos, há aumento de risco de obstrução pielo-ureteral, duplicação dos ureteres, formação de cálculos, infecções e neoplasias renais, além de associação com outras anomalias anatômicas.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Schmorl e Scheuermann

Nódulos de Schmorl são pequenas herniações da cartilagem discal para o interior das vértebras nos platôs intervertebrais adjacentes. São achados bastante comuns, estimados em cerca de 10-20% dos pacientes à ressonância magnética (a radiografia tem sensibilidade um pouco menor).
As condições envolvidas com os nódulos de Schmorl são várias, uma delas é a doença de Scheuermann.
A doença de Scheuermann se refere a uma deformidade na coluna torácica ou tóraco-lombar em crianças e adolescentes, decorrente de osteocondrose dos centros de ossificação secundária dos platôs dos corpos vertebrais. Clinicamente, dor não é muito freqüente, sendo as alterações posturais (cifose) as queixas principais.
Ao exame de imagem, são vistas irregularidades nos platôs vertebrais, redução dos espaços intervertebrais e acunhamento das vértebras (redução na altura da porção anterior). As referência citam que caracteristicamente na doença de Scheuermann essas alterações são vistas em 3 ou mais vértebras consecutivas.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Derrame Articular no Joelho

Paciente masculino, 40 anos, realizando ultrassonografia de joelho por queixa inespecífica de dor.
Ao exame, a imagem longitudinal demonstra derrame articular no recesso patelar superior.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Laringotraqueobronquite

Criança de 2 anos vem ao serviço de radiologia por quadro de acometimento de vias aéreas e tosse rouca. Ao exame radiológico, observou-se redução do calibre das vias aéreas na região subglótica à incidência frontal.
O quadro clínico e a faixa etária (6 meses a 3 anos) são muito sugestivos de laringotraqueobronquite (crupe viral), infecção causada quase sempre pelo vírus parainfluenza. É uma doença auto-limitada, que acomete obviamente as estruturas citadas no próprio nome.
Um diagnóstico diferencial importante é a epiglotite, causada pelo Haemophilus influenza, em crianças de faixa etária um pouco mais avançadas (3-6 anos). Radiologicamente a incidência lateral é importante, demonstrando espessamento da epiglote (uma vez que na epiglotite a incidência frontal também pode mostrar estreitamento subglótico, como a crupe viral).

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sinusite Fúngica


Tomografia de seios da face demonstrando calficicações no interior do seio maxilar esquerdo.
Em casos de pacientes com sinusopatia crônica, a presença de calcificações intra-sinusais são observadas em cerca de 60% dos casos de sinusite fúngica, e apenas 3% nas sinusites não-fúngicas.
Além disso, um estudo estima que 95% das calcificações de etiologia fúngica seja central, enquanto 80% das calcificações de sinusite não-fúngica seja periférica.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Duplicação Parcial do Ureter

Em uma postagem recente foi mostrado um caso de duplicação ureteral completa. Apenas uma semana depois, uma urografia demonstra duplicação ureteral parcial, com ureteres se unindo no terço superior. Foi um achado ocasional, o exame foi realizado por queixas na região lombar contra-lateral.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Obstrução do Ducto Pancreático

Homem de 43 anos realizou ultrassonografia abdominal por dor epigástrica, sendo demonstrada lesão na cabeça do pâncreas, isoecogênica, ocasionando obstrução do ducto pancreático. Os demais aspectos do exame eram inexpressivos, inclusive não havendo dilatação de vias biliares. Não havia queixas de emagrecimento ou icterícia, apenas dor.
Foi recomendada tomografia com contraste, que confirmou a existência da lesão, levemente expansiva, sutilmente hipodensa na fase portal, com algumas calcificações, medindo cerca de 3,6cm. Ela obstrui o ducto pancreático, sem outras alterações ao exame.
Uma lesão na cabeça do pâncreas sempre remete à possibilidade de neoplasia. Entretanto, a idade, o quadro clínico e a ausência de obstrução biliar não são muito típicos.
O livro de tomografia Lee comenta as características que diferenciam neoplasias de alterações pós-inflamatórias em casos de dilatação do ducto pancreático. Ele ressalta que algumas vezes isso pode ser difícil, já que em alguns casos alterações decorrentes de pancreatite podem se manifestar como lesão focal.
Uma dilatação "lisa" do ducto favorece neoplasia, enquanto irregular favorece pancreatite. Há também um índice espessura ductal/espessura pancreática, que maior que 0,5 sugere neoplasia. Se colangiorressonância ou CPRE forem disponíveis, uma interrupção abrupta é típica de neoplasia, e gradual típica de benignidade.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Neoplasia de Colo Uterino

Paciente de 56 anos, feminina, com queixas de sangramento vaginal intermitente há alguns meses. Solicitada ultrassonografia pélvica via abdominal, que demonstrou grande lesão heterogênea sólida na região cervical do útero, com porção corporal e fúndica de aspecto normal.
Referia nunca ter realizado exame cervical preventivo. Os contextos clínico e de imagem são sugestivos de neoplasia de colo do útero; um dos poucos dignósticos diferenciais seria um grande mioma cervical isolado, embora essa hipótese seja pouco provável.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Pneumonia por Gram-Negativos


Pneumonias por bacilos gram-negativos são uma causa importante de infecção pulmonar em determinados grupos de pacientes, especialmente em hospitalizados, uso de ventilação mecânica, suspeita de superinfecção pulmonar, DPOC, outras doenças crônicas graves, alcoolistas e pacientes mal cuidados.
A klebsiella é um bacilo gram-negativo cuja pneumonia gera manifestações radiológicas típicas de consolidação lobar, com uma tendência à expansão lobar caracterizada por abaulamento das cissuras pleurais. Além disso, esse germe tem uma especial propensão à formação de abscesso e cavitação na área acometida.
O paciente demonstrado nas imagens apresenta exame torácico com consolidação completa do lobo médio e expansão lobar, observando-se nítida cavitação com formação de nível hidro-aéreo em seu interior.
Infelizmente, esse é um daqueles casos em que nenhuma informação clínica foi fornecida, nem mesmo a idade do paciente. Sem um contexto clínico, não é possível afirmar que se trata de uma pneumonia por gram-negativo, até porque a possibilidade de neoplasia não pode ser afastada; entretanto, o aspecto radiológico lembra essa condição.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Osteocondrite Dissecante


As imagens se referem a um paciente com 21 anos, com informação clínica de dor no joelho.
A osteocondrite dissecante é uma forma de osteocondrose que ocorre na epífise, mais precisamente na superfície articular. O mecanismo fisiopatológico envolve traumatismo, seja ele um evento único ou microtraumas repetitivos. Além disso, aceita-se um mecanismo isquêmico concomitante.
Ao estudo radiológico, inicialmente temos uma área de radiotransparência junto ao local da lesão; em seguida, a linha de fratura torna-se evidente. Em estágios mais avançados, a superfície fraturada é deslocada, inicialmente ainda dentro da cratera articular, e depois como forma de fragmento "solto" em alguma localização na articulação.
A ressonância magnética é mais sensível que a radiografia e até mesmo que a tomografia computadorizada na detecção dessa condição.
Realmente não sei se o paciente em questão tem osteocondrite dissecante. Há um fragmento ósseo na porção anterior da articulação, e aparente irregularidade na superfície tibial. Nos casos de osteocondrite do joelho, a origem mais comum do fragmento é o côndilo femoral medial, sendo a tíbia uma fonte menos freqüente. Essa possibilidade, portanto, foi somente cogitada, uma vez que há outras causas de calcificações na topografia da articulação.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ureterocele


Ureterocele é uma dilatação sacular do ureter distal, com abaulamento para o interior da bexiga (aspecto de "cisto dentro de cisto" à ultrassonografia). Elas podem ser classificadas em ureterocele de "sistema simples", em que há apenas um ureter drenando todas as porções renais, e a de "sistema duplo", em que há duplicação ureteral. Outra classificação a divide em ortotópica, com a ureterocele na posição usual da junção uretero-vesical, e ectópica, com inserção ureteral diversa.

Obviamente as de sistema simples são geralmente ortotópicas e observadas em adultos, e as de sistema duplo, ectópicas e observadas em crianças. Entretanto, essa associação não acontece em 100% das situações.

A imagem refere-se à paciente da postagem anterior, que possuía duplicação ureteral e na qual foi encontrada ureterocele. Essas condições estão freqüentemente associadas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Duplicação Ureteral

Menina assintomática realizando ultrassonografia de vias urinárias para avaliação de "alteração no rim", sem etiologia definida. Ao exame, o pólo superior do rim direito apresentava áreas anecóides proeminentes, com ausência quase completa do parênquima periférico; além disso, havia nítida comunicação dessas estruturas anecóides com uma imagem tubular compatível com ureter. A porção inferior do rim, entretanto, tinha aparência anatômica normal, sem sinal de dilatação de cavidades coletoras e com parênquima preservado.
O ureter permaneceu dilatado em todas as porções avaliadas de seu trajeto.
A avaliação ecográfica foi compatível com duplicação ureteral completa, ou seja, dois ureteres drenando cada um deles um dos polos renais. Nesses casos, pela regra de Weigert-Meyer, o ureter ectópico é o que drena o pólo superior, e que se insere na bexiga inferior e medialmente.
A principal complicação em casos de duplicação é justamente a obstrução do ureter ectópico, como era o caso da paciente, com severa dilatação ureteral e pielocalicial e atrofia do parênquima. O ureter ortotópico (o que drena o pólo inferior), por sua vez, tem aumento de risco de refluxo e pielonefrite. A paciente referia infecções urinárias de repetição.
Outra complicação é ureterocele, que será comentada na próxima postagem.

sábado, 7 de junho de 2008

Nefropatia - Prevenção

Existem diversas medidas possíveis para reduzir as chances de surgimento da nefropatia por contraste, em paciente com risco. A primeira delas, obviamente, é a realização do exame sem contraste, se o quadro permitir.
A medida mais eficaz é a hidratação. Outra medida é o uso de agentes iodados de osmolalidade mais baixa.
O uso de medicamentos como medida preventiva já foi experimentada por diversas oportunidades e com diferentes substâncias. Os livros-texto consultados comentam que não há evidência científica suficiente para recomendar o uso desses medicamentos de forma regular. Em relação à acetil-cisteína, entretanto, há artigos de fontes respeitadas que demonstram eficácia significativa desse agente como prevenção da nefropatia. Trata-se de um anti-oxidante que aumenta a ação do óxido nítrico, um vasodilatador que aumenta a perfusão renal. Contudo, existem também artigos que não apontam diferença significativa com essa substância, portanto o tema me parece ainda incerto.
A hemodiálise como medida preventiva em pacientes de alto risco não é uma medida recomendada pela literatura. Da mesma forma, paciente que já fazem hemodiálise não necessitam marcação específica do exame de acordo com suas sessões.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Nefropatia por Contraste

A nefropatia por contraste refere-se a um aumento de 25% no nível sérico de creatinina, que ocorre cerca de 3-4 dias após o exame, sem outra causa para essa alteração. Essa condição, felizmente, é quase sempre auto-limitada, e geralmente assintomática.
A incidência dessa condição é baixa, com risco estimado em menos de 1% em pacientes sem doença renal. O risco é obviamente maior em nefropatas, e ainda maior com diabetes concomitante.
Além de alterações renais prévias (creatinina sérica superior a 1,5 - especialmente se etiologia diabética), são fatores de risco para o desenvolvimento da nefropatia a quantidade de contraste, a administração múltipla em um curto espaço de tempo, desidratação, insuficiência cardíaca, contraste iodado de alta osmolalidade e uso concomitante de drogas nefrotóxicas (AINE, aminoglicosídeos).

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Arritmias Fetais

Surgiu uma discussão sobre a relevância clínica do achado de arritmia em um feto durante o exame obstétrico rotineiro.
O capítulo "coração fetal" do livro Rumack de ultrassonografia diz que as contrações prematuras atrias e ventriculares são responsáveis por 83% das arritmias fetais, 75% as atriais e 8% as ventriculares.
A maneira correta de avaliar o coração em casos de é com o modo M, de forma que sejam demonstradas tanto a contração atrial quanto a ventricular na mesma amostragem.
O livro diz que a maioria dos casos de contrações prematuras (que por sua vez são a maioria dos casos de arritmias) são auto-limitadas e sem relevância clínica, com somente 1-2% dos casos evoluindo para taquiarritmia duradoura.
Obs: a imagem é meramente ilustrativa de um modo M com movimentos ventriculares e atriais (retirada da internet).

terça-feira, 3 de junho de 2008

Linfonodos Cervicais

O esternocleidomastodeu é a referência mais importante da classificação dos linfonodos cervicais, pois junto a ele ficam as cadeias II, III e IV. A II (júgulo-digástrica superior) é cranial ao nível do osso hióide, o III (jugular médica) é entre o hióide e a borda inferior da cartilagem cricóide, e a IV (jugular inferior) é abaixo da cricóide.

As cadeias V e VI ficam posterior e anterior ao músculo esternocleidomastoideu, respectivamente.

A cadeia I refere-se às regiões submandibulares e submentais.

Inferiormente à clavícula, há duas cadeias descritas. Lateralmente às bases das carótidas, são as cadeias subclaviculares. Medialmente, é a cadeia VII (não é descrita em todas as referências; me parece ser a mesma cadeia mediastinal superior).

Imagem do site BCM.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Linfonodos Mediastinais

A classificação da American Thoracic Society dos linfonodos mediastinais é demonstrada na imagem acima.
A cadeia paratraqueal tem como referência o bordo superior do cajado aórtico; acima dele, são chamados paratraqueais altos (2), e caudalmente paratraqueais baixos ou traqueobrônquicos(4). Anterior e posteriormente, é a cadeia 3.
A cadeia 1 é a mediastinal superior.
Os linfonodos subaórticos ou janela aorto-pulmonar são a cadeia 5, e os para-aórticos ou janela aorto-pulmonar baixa são a 6.
A 7 é a subcarinal, e a 8 é a peri-esofágica. A 9 é junto ao ligamentos pulmonares baixos.
As cadeiras traqueobrônquicas são representadas pelo número 10, sendo que a esquerda tem início mais caudal, devido à aorta e artéria pulmonar desse lado.
As cadeias 11 já iniciam a partir da divisão dos brônquios prinicipais.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cisto Epidermóide Intra-Ósseo


Caso interessante: radiografia de ambas as mãos em um homem de 32 anos, com informação clínica fornecida de "dores articulares". Na falange distal do 3º dedo, observou-se uma lesão osteolítica expansiva de contornos levemente irregulares e escleróticos.
Lembrei que havia um tipo de tumor ósseo que acometia tipicamente a falange distal, mas tive que ir aos livros para lembrar o nome. O cisto epidermóide intra-ósseo é uma lesão incomum, que afeta quase exclusivamente as falanges distais e o crânio. A hipótese patológica mais aceita é a de que haveria um acometimento traumático, que levaria à implantação intra-óssea de tecido ectodérmico, originando o cisto.
Os principais diagnósticos diferenciais seriam o encondroma e o tumor glomus. O encondroma é muito mais comum que o cisto epidermóide, mas a falange distal é muito raramente afetada.
A hipótese de cisto epidermóide foi a sugerida. Esperaremos pelo desfecho.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Útero - Malformações Müllerianas

Achado incidental em uma paciente de 27 anos, com ultrassonografia pélvica via abdominal para revisão ginecológica. Ao exame transversal do útero, o corpo uterino encontra-se claramente dividido, observando-se duas cavidades endometrias com duas unidades miometrias (cornos) separadas.
Embriologicamente, dois ductos müllerianos formam o útero, as tubas uterinas e os 2/3 superiores da vagina. Há 3 fases de desenvolvimento desses ductos:
Organogênese: Se houver problemas, pode acarretar em agenesia ou útero unicorno.
Fusão: Se for incompleta, pode ocorrer útero didelfo (dois cornos uterinos, duas cérvices) ou bicorno (um colo, dois cornos uterinos).
Reabsorção: Após a fusão, é necessário a reabsorção do septo uterino. Em caso de falha, ocorre o útero septado.
O exame ecográfico foi sugestivo de útero bicorno ou didelfo, uma vez que a via abdominal não permitiu uma adequada avaliação da porção cervical. A paciente referiu ter feito exame especular já diversas vezes, o que se intui que não possua duplicidade cervical.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Classificação de Bosniak

A maioria das lesões malignas renais são sólidas, e a maioria das lesões renais císticas são benignas. Entretanto, algumas lesões císticas são malignas, e a classificação de Bosniak serve justamente para estratificar o risco de uma lesão cística renal.
O tipo I é um cisto benigno. O II apresenta alterações de mínima preocupação, como septos finos e pequenas calcificações.
O III, por sua vez, já pode demontrar septos mais espessos, calcificações maiores e discreta impregnação periférica pelo contraste. O risco de malignidade é significativo, chegando a 25-50%, devendo ser recomendado biópsia/cirurgia ou acompanhamento rigoroso se alto risco para procedimento.
O tipo IV corresponde a cistos com característica de malignidade, com componente sólido apresentando nítida impregnação. Há 95% de chances de malignidade nesses casos.
Posteriormente, foi criada uma classificação II-F, para cistos com características que tornam recomendável um seguimento por imagem para garantir sua estabilidade.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Fecaloma

Idosa internada com sintomas de obstrução intestinal de início recente, com suspeita clínica forte de neoplasia intestinal.
Entre os exames iniciais, foi realizado uma radiografia de abdome agudo, que demonstrou importante distensão aérea de alças intestinais, com grande quantidade de fezes na ampola retal, que se encontrava com dimensões aumentadas, compatível com fecaloma.
Realizada retirada do fecaloma, a radiografia do dia seguinte não demonstrou anormalidades significativas.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Doppler em Lesão de Ovário

O estudo doppler em lesões ovarianas tem um importante papel como um fator adicional na definição de características benignas ou malignas das mesmas. A simples presença de fluxo em um septo ou componente sólido de uma massa cística já é um dos fatores que contribuem para o prognóstico.
Outro aspecto importante é o índice de resistência (IR) dessa lesão. O princípio fisiopatológico é que a neovascularização de uma lesão neoplásica não tem músculatura lisa bem desenvolvida em suas paredes, o que resulta em um baixo índice de resistência. Isso tem um valor mais significativo em mulheres pós-menopausa, já que na menacme há grande incidência de lesões funcionais benignas que também apresentam baixo IR. Além disso, recomenda-se esse estudo na primeira metade do ciclo menstrual, uma vez que a segunda fase apresenta um padrão fisiológico de fluxo de menor resistência.
Inicialmente, foi adotado um ponto de corte de IR de 0,4 para lesões ovarianas, sendo que valores menores que esse sugeririam neoplasia. Hoje já não há uma confiança completa nesses números, pois sabe-se que há sobreposição de resultados devido aos fatores já comentados. Existem, porém, outras características de fluxo que ajudam em aumentar ou reduzir a suspeita de uma lesão. Um fluxo periférico sugere benignidade, e um fluxo central, com vasos dilatados de forma irregular e/ou dispersos aleatoriamente sugerem malignidade; presença de fluxo em um septo espesso ou em uma projeção sólida também direcionam a lesão maligna.
A paciente da imagem apresentava uma lesão ovariana cística complexa, com 9cm de maior diâmetro, apresentando septações espessas e algumas projeções papilares sólidas. No interior de um dos septos, foi detectado fluxo com IR de 0,31. A lesão foi descrita como suspeita.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Osteoma de Seio Frontal


Em uma radiografia de seios da face solicitada para pesquisa de sinusite em um homem jovem, foi identificada uma pequena imagem arredondada densa no interior do seio frontal direito.
Os osteomas são tumores benignos de matriz óssea, de aspecto radiológico denso e homogêneo. Acometem quase exclusivamente os ossos da cabeça, como crânio, seios da face e mandíbula. Entre os casos de acometimento dos seios da face, os seios frontais são os mais freqüentes.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Doença Renal Policística

Paciente de 39 anos realizando ultrassonografia de vias urinárias por dores nos flancos e suspeita de litíase renal. Ao exame, os rins apresentavam-se com dimensões bastante aumentadas, com numerosos cistos que ocupavam quase todo o parênquima renal, nem ao menos sendo possível a definição das estruturas anatômicas normais. Além disso, havia também diversos cistos hepáticos, embora em menor quantidade que nos rins.
O quadro ecográfico é compatível com doença renal policística do adulto. Essa é uma condição autossômica dominante, que leva a uma perda progressiva da função renal. Além dos cistos hepáticos, existe associação com cistos pancreáticos e esplênicos, além de aneurisma sacular intracraniano. Imagem adaptada da pagina NKUDI.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Hérnia Hiatal

No nosso serviço ainda é solicitado um número significativo de exames contrastados radiológicos gastrointestinais, especialmente REED e enema opaco. Muitas vezes a causa da solicitação é extremamente inespecífica, como "sensação de estufamento abdominal" ou dispepsia de leve intensidade.
Dessa forma, o diagnóstico de hérnia hiatal ao exame contrastado é freqüentemente causa de confusão no processo investigativo; as estimativas são de que até 10% dos jovens tenham algum grau de hérnia hiatal, e essa prevalência aumenta proporcionalmente com a idade, até chegar próximo a 60% em idosos. Obviamente, portanto, em grande parte das vezes será um achado radiológico sem relação com a sintomatologia que o levou a fazer o exame.
Esse problema seria significativamente reduzido com uma melhor seleção de pacientes para o REED, adotando critérios de indicação mais precisos.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Coleções Peripancreáticas



Paciente com pancreatite aguda diagnosticada clinicamente e com exames laboratoriais e ecográficos, tem quadro clínico de pouca melhora após três dias de internação, sendo solicitada tomografia contrastada.

Foram observadas três coleções, duas no parênquima pancreático (cabeça e cauda, respectivamente) e outra adjacente ao órgão, todas elas de limites mal-definidos.

Coleções peripancreáticas ocorrem em cerca de 30% dos casos de pancreatite aguda, geralmente 48h depois do quadro agudo, e metade delas resolvem espontaneamente. O restante pode progredir para pseudocisto, abcesso ou coleção necrótica.

Necrose pancreática se refere a tecido desvitalizado, não ocorrendo impregnação significativa após a administração de contraste. O prognóstico é dependente da extensão do tecido pancreático comprometido e da presença de necrose infectada (geralmente sem sinais tomográficos específicos).

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Osgood-Schlatter


Os sinais radiológicos da doença de Osgood-Schlatter incluem calcificação irregular da tuberosidade tibial proximal, ossículo superficial no tendão patelar, espessamento e calcificação no tendão patelar, e edema de partes moles junto à tuberosidade tibial.

A paciente era uma menina de 11 anos, e não dispúnhamos de informação clínica. Possivelmente se trata de um caso de Osgood-Schlatter, frente ao quadro radiológico e faixa etária.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Cavitação Pulmonar


Homem de 50 anos, tabagista, realizou radiografia por tosse com aumento de intensidade nos últimos meses. Foi demonstrada lesão cavitada no lobo superior direito, e uma tomografia computadorizada foi solicitada, confirmando o achado.
Resumidamente, uma cavitação pulmonar pode ser decorrente de abscesso (staphylococcus o mais freqüente), neoplasia (a mais comum é a de células escamosas), ou massa granulomatosa (tuberculose, fungo - aspergilose e coccidioidomicose, sarcoidose, doença de Wegener, nódulo reumatóide).
O livro Primer of Image Diagnosis cita a espessura da parede da cavidade como um parâmetro de avaliação do risco de malignidade. Menor que 2mm, a chance é de 95% de a lesão ser benigna; entre 2-15mm, é indefinida, com risco de 50% de malignidade; acima de 15mm, o risco de ser maligna é de 95%.
O paciente não possuía qualquer outra alteração parenquimatosa pulmonar, e foi obervada linfadenomegalia mediastinal ipsilateral. Além disso, a espessura da parede era entre 10-15mm, próxima do limite de lesões com alta suspeita, e não queixas típicas de doença infecciosa.
A possibilidade de lesão pulmonar neoplásica ficou como a mais forte, sendo recomendado prosseguimento da investigação.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Cisto Tireoglosso

Ultrassonografia cervical solicitada para a avaliação de pequena massa superficial na linha média do pescoço, em uma criança de 6 anos, sem outras queixas.
Observou-se imagem cística de cerca de 1,5cm, anterior à porção cranial da glândula tireóide, com contornos circunscritos, compatível com cisto tireoglosso.
Essa condição é a alteração congênita mais comum do pescoço, geralmente se manifestando já na primeira década de vida. Ela se origina de um remanescente epitelial do ducto tireoglosso, que embriologicamente se origina do forame ceco e, pela linha média, vai até a localização da glândula tireóide.
Esses cistos tipicamente se localizam na linha média ou muito próximo a ela, a maioria abaixo do nível do osso hióide (65%). Cerca de 15% estão ao nível do hióide, e 20% acima dele.