quarta-feira, 26 de março de 2008

Bronquiolite Respiratória


As doenças pulmonares intersticiais pulmonares sempre tiveram uma classificação bastante confusa, com diferentes termos em diferentes referências. Em 2001, foi realizada uma padronização dessas doenças, que são discutidas no artigo Whar every radiologist should know about intersticial lung diseases, Radiographics 2007.
São citadas sete condições: Fibrose pulmonar idiopática, Pneumonia criptogênica organizante, Doença pulmonar intersticial relacionada a bronquiolite respiratória, Pneumonia intersticial descamativa, Pneumonia intersticial linfóide, e Pneumonia intersticial aguda. Essa classificação é baseada primariamente em características histológicas, mas que apresentam aspectos tomográficos típicos.
A bronquiolite respiratória (ou "doença intersticial pulmonar relacionada a bronquiolite respiratória", sigla RB-ILD em inglês) seria uma condição relacionada ao tabagismo, onde há achados mais proeminentes que as simples manifestações de bronquiolite achadas freqüentemente à tomografia. Epidemiologicamente, é mais prevalente em homens, em uma faixa etária próxima aos 30-40 anos, com clínica de tosse e dispnéia leve.
À tomografia, são observados achados inespecíficos, como espessamento de paredes brônquicas, nódulos centrilobulares e opacidades em vidro fosco, com padrão mais comumente difuso.
A pneumonia intersticial descamativa (sigla inglesa DIP) seria uma forma mais agressiva de RB-ILD, ou provavelmente uma evolução no espectro da doença. Também está relacionada ao tabagismo, mas pode ocorrer com outras causas, como infecções pulmonares ou exposição a poeira. A tomografia mostra acometimento em viro-fosco mais intenso, e os achados costumam ser mais proeminentes em porções inferiores.
A paciente das imagens tem 43 anos, feminina, tabagista, realizando exame por tosse e dispnéia. A radiografia mostrava aparente infiltração intersticial bilateral, tendo sido recomendada tomografia, que confirmou algumas opacidades centrilobulares e áreas de acometimento em vidro-fosco. Conforme discutido, esses achados tomográficos são inespecíficos, e o quadro clínico não é suficiente para um diagnóstico absoluto dessas doenças intersticiais, uma vez que para isso é necessário uma avaliação multidisciplinar. Entretanto, o conhecimento dessas condições é importante para serem incluídas entre as possibilidades diagnósticas.

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